Colégio Vértice!
Este espaço é dedicado aos nossos queridos ex-alunos. Aqui, eles falam sobre seus projetos de vida, histórias, memórias da época da escola, jornada universitária e como estão transformando o mundo cada um em sua área de atuação.
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Graduanda em ADM na FGV e estagiária da LTS Investments
No #minhatrajetória desta semana, a Clarissa Cícori, que se formou aqui em 2016, fala sobre sua jornada na escola, faculdade e carreira, e ainda compartilha uma visão muito interessante sobre como aproveitar as possibilidades da vida escolar.
Aprovada em Engenharia na Poli, Administração na FGV e Economia também na FGV e Insper, nossa alumni está no último ano de ADM e atua na LTS Investments.
Para a nossa alegria, ela também é professora de eletivas no Vértice.
No Vértice
Após me formar na escola, eu me mudei para os Estados Unidos e cursei bacharelado em física e astronomia na Universidade da Califórnia – Santa Bárbara. Durante a graduação, me interessei em astrofísica, e comecei a trabalhar em um laboratório de astrofísica da Universidade. O laboratório pesquisa o desenvolvimento de novos instrumentos que são capazes de encontrar e tirar imagens de planetas que orbitam outras estrelas que não sejam o Sol (o que chamamos de exoplanetas). Após trabalhar nesse laboratório, apliquei para um estágio no NASA Jet Propulsion Laboratory e passei um verão trabalhando lá. Também trabalhei alguns meses em uma empresa de defesa e aeroespacial americana chamada Lockheed Martin. Me formei em 2020 da graduação e comecei o trabalho de doutorado em astrofísica na Universidade da Califórnia – San Diego. Aqui, trabalho com uma orientadora no mesmo tópico: o desenvolvimento de tecnologias para a detecção de exoplanetas.
A minha experiência na NASA foi incrível. Eu trabalhava com um mentor que também desenvolvia instrumentos para detectar exoplanetas, mas utilizando outro método. Ao invés de tirar imagens dos planetas, o instrumento analisava como a gravidade do planeta influenciava a da estrela. Com esse método, era possível determinar a massa do planeta. O instrumento tinha acabado de ser construído, então eu tive a oportunidade de ir ao Observatório de Palomar, no sul da Califórnia, e auxiliar na sua instalação no telescópio. Nós ficamos no observatório por cerca de 2 semanas, nas quais nós testamos se o instrumento estava funcionando corretamente. A minha principal função era testar se o instrumento estava recebendo a quantidade de luz esperada da estrela. Isso envolvia desenvolver simulações e testes para ver se ele estava corretamente alinhado com as componentes do telescópio e se todas as suas partes estavam funcionando corretamente.
Desafios da carreira científica
Os principais desafios de ser astrofísica, e acho que na verdade de ser qualquer cientista, são os de entender que a ciência é difícil, mas não impossível. Às vezes é difícil distinguir os dois. Ao longo da minha trajetória, eu passei por muitas dificuldades, tanto nas aulas quanto no laboratório. As matérias não são fáceis, e muitas vezes eu me perguntei se eu era realmente capaz de ficar no ramo. Mas a realidade é que a ciência e o universo em si são um desafio, e que não tem problema você não saber tudo de primeira. A persistência e a dedicação, mesmo após dificuldades, são o que realmente importam no fim do dia.
Inspiração
Existem várias pessoas que me inspiram. Uma das mulheres que mais me inspira, e acho que a principal delas, é a minha mãe. Ela é uma mãe maravilhosa e sempre foi muito batalhadora. Como ela é médica, trabalha muito e ama a profissão dela. Eu tenho certeza que a minha dedicação e interesse pelo trabalho foram influenciados por ela. Outra mulher que me inspira é a minha orientadora do doutorado, a professora Quinn Konopacky da UCSD. Ela é uma excelente profissional e uma das poucas mulheres no ramo de astrofísica. Ela também está sempre disposta a ajudar e explicar as coisas que eu não entendo, e claramente ela se importa com cada um dos alunos. Com certeza ela me inspira a aprender mais sobre astrofísica, e eu tenho muita sorte de ter uma orientadora como ela.
Mulheres na Ciência
Acho que a principal mensagem que eu tenho para qualquer aluna, principalmente para quem quer se tornar cientista é: se é seu sonho, não deixe nada te impedir de alcançá-lo. No começo, era intimidador estar em uma sala de física com 100 alunos dos quais 90 eram homens. Eu estranhava, e às vezes pensava que não pertencia ali (a famosa “síndrome do impostor”). Mas cada dia mais mulheres entram no ramo da ciência, e para obter sucesso o que realmente importa é a sua perseverança e o seu sonho de entender como o universo funciona. Não tenha medo de seguir algo que te interessa só porque não é o comum.
Futuro
Por enquanto, passarei os próximos anos na UCSD fazendo o meu doutorado, que dura cerca de 6 anos. Após isso, penso em fazer um pós-doutorado e trabalhar em algum laboratório de pesquisa ou universidade na pesquisa de exoplanetas. Ainda não determinei se eu voltarei para o Brasil. Mas com certeza nos próximos anos estarei nos EUA, terminando a pós graduação.Eu me formei em 2006. É claro que o Vértice é uma escola que se preocupa com o vestibular, mas para mim ele foi mais do que isso. Durante os anos que estive no colégio, me dediquei, me estressei, mas fiz muitos amigos que levo para a vida. Acredito que o grande mérito da escola está na filosofia de ensino, que me ajudou a desenvolver o meu pensamento crítico e me preparou para os desafios da vida.
Cursei Engenharia de Gestão (equivalente à Engenharia de Produção) na Universidade Federal do ABC (UFABC). Trabalhei por um tempo com consultoria empresarial e uns anos depois fiz Mestrado e Doutorado na University of Derby no Reino Unido.
Hoje moro na Inglaterra, sou pesquisador na área de Economia de baixo Carbono e trabalho com pequenas e médias empresas que querem reduzir as suas emissões de Carbono (e ao mesmo tempo melhorar o desempenho).
Eu sei que atualmente, a escola tem iniciativas que vão além da área acadêmica, focando em aspectos sociais, culturais e de cidadania. Isso é muito importante, pois ajuda os alunos a pensarem além do próprio umbigo e a desenvolverem uma noção de impacto na sociedade.